"Bandera, por que você tá sempre em outro planeta?"

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Carnaval

Olá meus queridos!

Semana passada foi a mais difícil pra mim desde que cheguei. Fim de semana passado foi bem complicado por conta de um curso que faço que consiste em aulas das 9am-5pm de sexta e sábado e das 1-3:30pm no domingo, em dois finais de semana no semestre. É um bom negócio, já que me dá 3 créditos, ou o equivalente a 3 horas de aula por semana toda a semana. O problema foi que tive uma prova nessa exata sexta (retrasada) e daí tive que sair correndo lá da faculdade de medicina e vir aqui pro campus, são 2 estações de metrô distante mas o metrô daqui não é dos melhores (feito o de São Paulo --VAI BRASIL! hahaha!) durante meu horário de almoço pra fazer a prova. Ficou super corrido, perdi tempo de prova, enfim, tive um resultado ruim. Além dessa tive outra prova - que acho que fui bem mas não quero nem comentar pra não dar azar. Daí combinou isso tudo com uma saudadezinha da minha vida brasileira que vinha crescendo esse tempo todo. Eu acho que é natural. Tudo que é bom faz (tem que fazer) falta!

Estou enviando emails pra geral aí atrás de pesquisa agora no Summer (Maio-Agosto), só pros melhores departamentos de Psiquiatria dos "US of A", ver se consigo algum trabalho com um cara bom aí.

Fora isso tenho estudado bastante, ainda mais agora depois do resultado ruim, e também dançado bastante. Estou ensaiando pra um evento que vai ter aqui chamado "Carnaval", em abril, promovido pela associação de alunos latino-americanos da universidade. É basicamente uma apresentação de danças latinas (e algumas não latinas também, tipo hip-hop e west-african dance ou algo do gênero). Dançarei salsa, posto pra vocês o vídeo assim que sair.
Falando em dança, "auditionei" pro grupo de hip hop daqui, O Washington University Hip Hop Union, ou WUHHU (sigla demais!). Cara... parecia um pato perdidão lá... Os caras são MUITO fodas, até os iniciantes! Se eu quiser aprender hip-hop vou ter que entrar em aula particular mesmo... Vamos ver no que dá, né?

Até a próxima!

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Aos meus queridos brasileiros,


Os EUA
As coisas aqui realmente funcionam. Vou contar aqui o episódio que mais me impressionou da praticidade e eficiência americana. Fui abrir conta no Bank of America. Cheguei lá e não demorou mais do que 15 segundos pra ser atendido (versus 15 minutos no MUITO mínimo no Santander, onde, diga-se, tenho a conta da CF com mais de R$100.000,00 investidos). A gerente super simpática perguntou minhas informações, pegou meu passaporte, olhou meu endereço no site da faculdade, já que eu não lembrava de cor e me apresentou as contas do banco; usando somente o caixa eletrônico e o internet banking eu simplesmente não pago nada pra abrir nem ter a conta no banco. É. Daí ela abri a gaveta pega os folders com informações e já me dá um cartão de débito. Na hora. Em até 30 dias chega outro, definitivo com meu nome. Nisso eu já tava de queixo caído. Aí fomos até o lado de fora do banco, usar o ATM (caixa eletrônico). Tinha comigo $1,500.00 que precisava depositar, muito simples! Basta colocar as notas num buraquinho ali no ATM que ele conta pra você e deposita na sua conta NA HORA. NA HORA. Fui pra casa, entrei na apple.com e comprei meu computador! E se você for dos que usa cheque é o seguinte: você baixa o app do bank of america no seu iphone ou android, tira a foto e em até 24 horas o cheque está na sua conta. PUTAQUEOPARIU!
As pessoas aqui também são mais grossas. Estávamos na fila pra entrar na balada ontem (mais a frente conto mais da balada) e o cara falou assim que chegamos "preciso que vocês formem uma fila". A gente tava em um grupo de exchange students do mundo todo, lá naquela maior algazarra. Eis que ouvimos em um tom de claro esporro "preciso que formem uma fila agora!". O brasileiro não tá acostumado a tomar esporro, como diria meu padrasto Rodolfo. E é verdade. Precisamos aprender.
As pessoas aqui também me parecem menos amigáveis que os brasileiros, e sim, nós somos muito mais alegres. We are the party people!!

A Universidade
É uma coisa mais linda que a outra essa universidade… Que cuidado, que capricho! Os prédios são lindíssimos, impecáveis. Os dorms são super limpinhos, tudo você usa o cartão da universidade pra pagar (alimentos--que a Dilmãe paga pa nói; laundry) e pra entrar no quarto tem nada de chave não, é tudo no cartão. O campus é grande mas um tamanho ótimo! Dá pra andar de uma ponta à outra em 20 minutos no máximo. Isso economiza um tempo comparado à USP Ribeirão sem tamanho. Tem lugar pra comer em todo canto, a comida daqui é considerada uma das melhores de todas as faculdades dos EUA e tem comida de TODO o tipo: Oriental, Mexicana, Italiana, Comfort Food (comida caseira), mas nada, NADA se compara à nossa… Sem dúvida o bem material que mais me faz falta é nossa comida.
Tenho poucas (íssimas) aulas: 1 hora de aula na segunda quarta e sexta (Introduction to Psychology) e 3h na terça e na quinta (Anthropology of Human Birth e Introduction to Cognitive Science)… foda né?! hehehe! Semana passada nem tive tempo de procrastinar muito. Fiquei mais indo em shopping comprar coisas básicas, tipo roupa de cama, tolhas, etc e indo atrás de documentação (driver's license, etc). Embora as aulas sejam escassas, tem muito homework e pretendo começar logo minha pesquisa e estudar pro tal do USMLE, prova de revalidação de diploma pros EUA, já que pretendo voltar pra fazer minha residência.
Nós temos MUITO suporte aqui pelo staff da faculdade. Especialmente pra quem tá acostumado com o clima de faculdade pública, onde ninguém faz nada por você, aqui só falta te limparem também, hahaha! E o povo é super competente. O americano pode não saber nada de quase nada, mas trabalha com uma eficiência que dá gosto.

As pessoas
Estamos em um grupo de mais ou menos 20 intercambistas. Tem gente do Brasil (8 brazucas, eu e mais um da medicina FURGS), da França (2), Itália (3), Holanda (1), Singapura (2), China (2), Coréia do Sul (2) e Austrália (1) -- acho que é mais ou menos isso… Estamos nos dando muito bem! O povo é gente boa DEMAIS. Ontem, como disse, saímos todos juntos. Fomos ao principal ponto turístico daqui de St. Louis, o Arco (que é bem mais bonito ao vivo). Bem legal. É o monumento mais alto dos EUA. Daí depois fomos ao Hooter's assistir a partida de hóquei dos St. Louis Blues, que ganharam de lavada dos losers lá. St. Louis é uma cidade vidrada em esportes e tem times de hóquei, futebol americano e beisebol figurando entre os melhores do país. Daí depois fomos a um club, chamado Europe, e aí, meu amigo, eu foi só alegria!!! Dançamos pra cacete, nos divertimos DEMAIS. Estar em um grupo de 20 nego, todos turistas, nem aí pra nada nem ninguém… É muito gostoso!
Aqui tenho sentido uma sensação um tanto quanto gozada… Sou, de longe, o mais velho em tudo que é turma! Só tem pivete! hahahaha! É interessante… a gente vê como o tempo passa e como amadurecemos. E vemos também as coisas boas de ser mais novo.

Meus Roommates
Eles são pessoas também mas figurarão em um tópico especial, dada a importância que têm. São 3 americanos: O Ryan, com quem divido quarto; O Warren e o Nathan, com quem dividimos o resto do apê incluindo o banheiro. São todos americanos, sendo o Warren filho de chineses, mas já é bem americano mesmo. Gente boa demais! Dei muita sorte!! O Ryan é um geniozinho que ganhou full scholarship pra Yale mas preferiu vir pra cá porque é de uma cidade próxima e namora o amor da vida dele que mora lá. Aqui ele paga bem pouco também, tipo $4,000.00 por ano. Estuda Física, Matemática e Filosofia. O Nathan é um engenheiro super ativo que quando encasqueta um negoço na cabeça trata de dar um jeito de realizar. Parece um outro roommate que eu tinha aí no Brasil… Bem, agora ele teve a idéia de fazer um tapete voador baseado em balões de hélio. A idéia parece quase ridícula mas não que o moleque tá à caminho de realizar?! Tá ficando super legal o protótipo! Essa é uma grande diferença que senti. Aqui a faculdade dá mó apoio pra essas coisas, pra inovação. Lá na Poli pra alguém fazer uma coisa dessas tinha que querer MUITO, correr muito atrás. E o pior que nego usa isso como sendo uma coisa boa, um "desafio a ser superado" pra sua motivação… O Warren quer estudar medicina e daí tá fazendo o Pre-Med (undergraduation que precede a graduation em Medicina. Nossos sistemas são diferentes…). Vê em mim um semi-deus, né? Acha que já sei tudo e que já sou quase um médico completamente competente… coitado… hahahaha!
Provavelmente passaremos o Spring Break juntos, em Miami, onde também iremos à ULTRA!

Clima Bom!


Bom, como todo bom início (tímido) de conversa nada melhor que falar sobre o clima, né verdade? Antes de vir pra cá essa era uma das minhas maiores preocupações para uma boa adaptação. Acontece que estou mais adaptado do que jamais pensei que estaria. Não que não tenha feito frio, tem sim e dos brutos, mas não é tão ruim quanto imaginei. Ando basicamente com um casacão sintético azul, uma camiseta por baixo e calça jeans. Quando tá frio de gelar os ossos coloco umas ceroulas por baixo e levanto o gorro do casaco. Isso basta pra bloquear o frio quando andando de uma construção pra outra. O frio só incomoda mesmo quando venta, e aqui em St. Louis vento é o que não falta! Mas basta abrir uma porta qualquer que, abrigado, não se imagina o que ocorre do lado de fora. Pra ser bem sincero me incomodava MUITO mais o constante e desidratante calor ribeirãopretano do que eventual vento gelado do Missouri.

Além do inverno gelado, o clima aqui em St. Louis é extremamente volátil. Outro dia houve uma variação de 7 ºC em apenas 1 hora… Bizarro. Um dia neva, no outro faz um calorzinho e no seguinte chove. O bom é que a previsão do tempo aqui é bem precisa e dá pra saber o que te aguarda ao longo da semana.

O inverno já está pra acabar mas vai me deixar saudades. Afinal de contas, 'o frio é psicológico', ou pelo menos o que a ele associamos.